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restos de clareúme

(2021)
instalação com fotografias e textos de dimensões variadas, cama de solteiro, escrivaninha, cadeira, abajur e máquina de escrever.

Como fotografar o sonho do outro? Como coabitar, com as imagens, o espaço íntimo

de uma experiência onírica? Como transbordar a fenda que separa as diferentes linguagens através das quais evidenciamos a individual radicalidade do sonhar? Restos de Clareúme (2021) é uma composição criada a quatro mãos, cuja forma se estabelece na relação entre os trabalhos de uma pessoa que sonha e outra que fotografa. Durante o mês da Residência Farol, organizada pelo 11º Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, vivendo realidades distintas a partir do distanciamento geográfico, o duo .:grão propôs uma tentativa de diálogo entre as experiências oníricas daquele que, ao viajar para a Ilha de Mosqueiro, imergiu num novo contexto e as fotografias daquela que permaneceu rodeada pelos afazeres cotidianos. Aquilo que foi produzido durante o período da residência artística foi, então, apresentado sob a forma de uma instalação dentro da qual se experimenta, nas próprias paredes do quarto que fez nascer os sonhos, esse jogo entre o onírico e o fotográfico, num fluxo de constante deslizamento entre as palavras e as imagens.

*Projeto ganhador do XI Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, selecionado para a Residência Farol

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