como mapear as margens do corpo?
(2016)
6 fotografias; 30x45cm cada; impressão em jato de tinta sobre papel de algodão.
(2018-em processo)
vídeo-performance em díptico, slowmotion, 1080p.
Dois corpos se encontram no mesmo espaço-tempo e passam a esboçar uma relação. Instala-se ali um processo quase cartográfico: o corpo do Outro é um território a ser conhecido. Observar, explorar, desbravar, descobrir, investigar e, com o tempo, reconhecer este corpo-território como parte de sua morada. Ao longo dos anos, estes dois corpos tornam-se quase um. Aquela dimensão estrangeira que figurou no início da relação amorosa é substituída por uma intimidade cotidiana, constituiu-se um conhecimento geográfico do corpo do Outro. E agora, como definir limites para estes corpos? Seria possível traçá-los com um lápis? Marcá-los com tinta no papel? Esquadrinhar essas reentrâncias, esses sulcos, essas falhas no contato da pele? Representar estas diferenças topológicas para delimitar um corpo em contato com o outro? Após tanto tempo, seria possível enxergar as fronteiras que os separam, ou teriam elas se tornado margens, bordas porosas e maleáveis? Como definir as margens do corpo e quantas são as formas de defini-las?